• Sobre

Muito Além do Estetoscópio: a fusão entre saúde e tecnologias

  • De Asimov a Moravec, and beyond!

    março 15th, 2024

    Em 1950, Issac Asimov postulou as leis da robótica: 1. um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal; 2. os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que essas ordens entrem em conflito com a primeira lei; 3. um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores. Essas leis foram escritos no livro Eu, robô. Que também virou filme em 2004, homônimo.

    Na década de 1980, Moravec postulou seu Paradoxo dizendo: “ ao contrário das suposições tradicionais da robótica e inteligência artificial(IA), o raciocínio requer muito pouca computação, mas as habilidades sensório-motoras e de percepção exigem enormes recursos computacionais”. Em outras palavras, “é comparativamente fácil fazer os computadores exibirem desempenho de nível adulto em testes de inteligência ou jogar damas, e difícil ou impossível dar-lhes as habilidades de uma criança de um ano quando se trata de percepção e mobilidade”.

    Já em 2022, a @OpenAI lançou o ChatGPT, uma ferramenta para processamento de linguagem natural, ou LLM(large language model). Desse dia em diante, pipocam diariamente centenas de novas ferramentas e plataformas de IA diariamente.

    E não paramos! A @Evolving_AI lançou #Figure 1. Que, ao meu ponto de vista, é ao mesmo tempo surpreendentemente e assustador. Mas, o que isso teria relação com a Medicina, com a saúde, já que sou médico? Bem, tem muito.

    Ao redor do mundo, a escassez de profissionais da saúde é grande e só aumenta. Claro que estamos longe de um “Figure 1” empático, mas será que esse ser no vídeo já não teria um papel na saúde? Creio que em muitas tarefas diárias de um hospital, por exemplo, ghaceria espaço. Não substituindo enfermeiros e profissionais em tarefas que exijam um “Toque de Médico”, mas auxiliando em tarefas mais mecânicas. Empatia é própria do ser humano. E, será quechegaremos um dia a um robô empático?

    Deixe aí sua opinião para criar ainda mais polêmica na relação Humano-robôs.

    #AI #IA #robótica #OpenAI #Evolving_AI #robotic #LLM

  • Desvendando a IA na Saúde: do hype à evidência — uma bússola prática para médicos e gestores

    outubro 14th, 2025

    Como médico que estuda muito a intersecção entre clínica e Inteligência Artificial (IA), vejo diariamente o desafio de separar promessas do que realmente entrega valor com o que traz segurança. O mapa que compartilho aqui é uma bússola poderosa: ele posiciona os casos de uso de IA na saúde entre “no horizonte” e “apostas seguras”, e contrasta “baixa evidência” com “evidência consolidada”. Em outras palavras, ajuda a analisar possibilidades com bom futuro e aplicabilidade, o que pilotar com cuidado e o que ainda precisa de ciência e tempo.

    Esse mapa é baseado no gráfico produzido pelo @themedicalfuturist

    Minhas leituras-chave:

    1. IA em saúde não é um bloco único
    • Cada aplicação tem maturidade, risco e evidência diferentes. Não dá para comparar um chatbot de saúde mental com uma IA de apoio em radiologia: o impacto, as implicações éticas e os riscos são muito distintos.
    1. O que vale um olhar atento hoje (apostas seguras, mas com cuidado)
    • Documentação clínica assistida por IA(prontuários) para reduzir carga administrativa e devolver tempo ao paciente.
    • Suporte diagnóstico em tarefas específicas (radiologia, ECG) como segunda leitura, com supervisão clínica. Ou mesmo como um screening prévio à análise médica.
    • Eficiência operacional: agendamento inteligente, processamento de sinistros e planejamento cirúrgico(claro, nem todos já “desembarcaram” por aqui).
    • Monitoramento de sinais vitais e dados de wearables, com alertas calibrados e protocolos claros de resposta.
    1. O que observar no horizonte (alto potencial, alto rigor)
    • Gêmeos digitais personalizados, prescrição autônoma e planos de tratamento totalmente automatizados podem ser transformadores, mas exigem validação clínica robusta, governança ética e avaliação contínua de riscos antes da rotina assistencial.
    • Analítica preditiva de desfechos e alocação de recursos precisa ser acompanhada de estratégias de mitigação de viés para não amplificar desigualdades.
    1. Handle with care: princípios de implementação segura
    • Supervisão humana sempre que houver implicações clínicas.
    • Métricas transparentes: sensibilidade, especificidade, impacto real em desfechos e não só acurácia em benchmark.
    • Fairness e segurança do paciente no centro: monitoramento de vieses, near misses e eventos adversos.
    • Governança de dados e conformidade regulatória desde o desenho da solução.
    • Gestão do ciclo de vida do modelo: re-treinamento, detecção de drift e auditorias periódicas.

    Portanto, o momento é de pragmatismo responsável. Escalemos o que já tem evidência e retorno claro — especialmente aquilo que libera tempo do profissional, reduz fricção do sistema e apoia decisões em tarefas bem delimitadas. Ao mesmo tempo, avancemos na fronteira com pesquisa séria, avaliação rigorosa e humildade científica. A boa IA em saúde não substitui o julgamento clínico — ela o potencializa.

    Quais casos de uso você vê como prioridade para os próximos 12 meses? Vamos trocar experiências e, quem sabe, cocriar IAs pilotos que façam diferença real no cuidado. 

    #SaudeDigital #InteligenciaArtificial #Medicina #InovacaoEmSaude #IAnaSaude #EvidenceBasedMedicine #Radiologia #ECG #Wearables #GestaoEmSaude #TransformacaoDigital #SegurancaDoPaciente #GovernancaDeDados

  • AI Index 2025

    abril 8th, 2025

    Está aí a oitava versão relatório do Índice de IA. Criado pelo HAI – Human-centered Artificial Intelligence, da Stanford University.

    Essa é a mais completa até agora e surge em um momento crucial, pois a influência da inteligência artificial sobre a sociedade, economia e governança global continua nunca foi tão grande. Este ano, o relatório traz análises detalhadas sobre o ambiente de hardware para IA, estimativas inovadoras dos custos de processamento e novas análises sobre tendências de publicação e patentes e uma cobertura ampliada do crescente papel da IA na ciência e medicina(tema que abordaremos em outro post).

    A missão do índice é ajudar stakeholders a tomar decisões mais bem informadas sobre o desenvolvimento e uso de IA, especialmente em um momento em que esse tema é amplamente debatido.

    O relatório é uma das principais fontes sobre inteligência artificial. O AI Index é frequentemente citado por grandes meios de comunicação e utilizado por formuladores de políticas e agências governamentais no mundo inteiro. O relatório oferece insights independentes para o ecossistema global de IA, ajudando empresas e indivíduos a compreenderem as tendências essenciais que moldam a área da inteligência artificial.

    Aqui estão os principais pontos do relatório:

    1. Melhora no Desempenho da IA: Os sistemas de IA aumentaram significativamente suas performances em benchmarks e estão se destacando na geração de conteúdo de alta qualidade.
    1. Integração da IA na Vida Diária: A IA é amplamente utilizada em diversos setores, incluindo saúde e transporte, com aumentos notáveis em dispositivos médicos habilitados para IA e serviços de condução autônoma.
    1. Investimento Empresarial em IA: O investimento e uso de IA nos negócios estão em níveis recordes, com ganhos de produtividade significativos e uma adoção crescente.
    1. Liderança Global em IA: Os EUA lideram na produção de modelos de IA, mas os modelos chineses estão rapidamente igualando-se em qualidade. O desenvolvimento de IA está se tornando mais distribuído globalmente.
    1. Desenvolvimento de IA Responsável: Há preocupações crescentes com a IA responsável, com novos benchmarks de segurança e factualidade, mas a ação das indústrias ainda é desigual.
    1. Otimismo Global em IA: Enquanto o otimismo em relação à IA está crescendo globalmente, existem disparidades significativas no sentimento entre regiões.
    1. Aumento da Eficiência da IA: Os custos para sistemas de IA caíram drasticamente, e modelos menores estão se mostrando cada vez mais capazes e acessíveis.
    1. Engajamento Governamental: Os governos estão regulamentando e investindo cada vez mais em IA, com iniciativas de financiamento notáveis em todo o mundo.
    1. Expansão da Educação em IA: Enquanto a educação em ciência da computação está se expandindo, o acesso e a preparação de professores continuam sendo desafios, especialmente em algumas regiões.
    1. Liderança da Indústria: A indústria é o principal motor dos modelos de IA notáveis, embora a pesquisa acadêmica continue influente.
    1. Impacto Científico da IA: A IA recebeu reconhecimentos prestigiosos, indicando seu papel vital em impulsionar avanços científicos, com prêmios Nobel conquistados em física(Machine Learning) e química(protein folding).
    1. Desafios no Raciocínio Complexo: Apesar do progresso, a IA ainda enfrenta dificuldades com raciocínios complexos, destacando o desafio contínuo de desenvolver modelos mais sofisticados.

    Aqui você pode ter acesso completo ao relatório. AI INDEX 2025 – HAI

  • Livros para ler e reler!

    abril 8th, 2025
    Sugestão de escrita diária
    Qual livro você poderia reler várias vezes?
    Visualizar todas as respostas

    Sapiens – Yuval Harari

    Mindset – Carol Dweck

  • Exame de sangue para diabete? Esqueça, IA faz agora em ECG.

    dezembro 1st, 2024

    Globalmente, estima-se que 462 milhões de pessoas sejam afetadas pelo diabete tipo 2, correspondendo a 6,28% da população mundial. Somente em 2017, mais de 1 milhão de mortes foram atribuídas a essa condição, tornando-a a nona principal causa de mortalidade.

    Pesquisadores do Imperial College London e do Imperial College Healthcare NHS Trust desenvolveram uma ferramenta de inteligência artificial que promete identificar o risco de diabete mellitus tipo (DM 2) até 10 anos antes dos primeiros sinais da doença.

    A ferramenta, chamada AI-ECG Risk Estimation for Diabetes Mellitus (AIRE-DM), analisa eletrocardiogramas (ECG) de exames cardíacos rotineiros para detectar alterações sutis que podem indicar risco futuro de DM 2. Essa abordagem pode permitir intervenções precoces, ajudando as pessoas a adotarem mudanças no estilo de vida para evitar o desenvolvimento da doença.

    A equipe de pesquisa, liderada pelo Dr. Fu Siong Ng, cardiologista, desenvolveu o AIRE-DM com base em um banco de dados de cerca de 1,2 milhão de ECGs de registros hospitalares. Para validar a eficácia da ferramenta, os pesquisadores utilizaram dados do UK Biobank, comprovando que a IA pode identificar riscos anos antes dos níveis de açúcar no sangue começarem a subir.

    O Dr. Libor Pastika, pesquisador clínico do Imperial College London, destacou o impacto potencial da tecnologia:

    “A inteligência artificial tem o poder de transformar os cuidados em saúde. Com o AIRE-DM, conseguimos revelar insights escondidos nos dados de ECG, abrindo caminho para identificar precocemente o risco de DM 2.

    Essa ferramenta oferece uma maneira acessível e não invasiva de prever a doença, possibilitando intervenções preventivas mais eficazes.

    Apoiar as pessoas desde cedo, com orientações simples, pode ajudar muitas delas a evitar tanto a diabete quanto as complicações associadas a ela.”

    Apesar de promissora, a ferramenta ainda não chegou à prática clínica. Estudos com o AIRE-DM e outros modelos de IA estão planejados para começar em 2025, quando será possível testar sua eficácia em condições reais.

    O Professor Bryan Williams, diretor científico e médico da British Heart Foundation (BHF), ressaltou a relevância da inovação:

    “Este estudo mostra como a inteligência artificial pode explorar dados que já temos, mas que muitas vezes passam despercebidos.”

    Sabemos que o diabetes tipo 2 é uma das maiores ameaças à saúde global, mas com a implementação de soluções como a AIRE-DM, muitas pessoas podem evitar a doença e suas complicações, antes mesmo que se torne uma preocupação clínica.

    Além disso, em 2025, o NHS na Inglaterra planeja testar outra ferramenta de IA capaz de prever, com base em ECGs, o risco de doenças cardíacas, agravamento de condições já existentes e até a probabilidade de morte precoce.

  • Revisão anual: a saúde evoluiu em 2024?

    novembro 22nd, 2024

    O ano se aproxima do final, sempre, ao nos aproximarmos de um novo ano, um novo ciclo, previsões são feitas. Na saúde não é diferente. Nesse artigo, as previsões foram para o ano que está terminando. Qual dessas promessas você viu concretizado? E qual dessas ficou apenas “no papel”?

    Promessas tecnológicas na saúde em 2024: desafios e oportunidades

    A saúde é um setor que está em constante evolução, especialmente diante dos desafios impostos pela pandemia de COVID-19. A tecnologia tem sido uma aliada importante para melhorar a qualidade, a eficiência e a acessibilidade dos serviços de saúde, bem como para promover a inovação e a transformação digital. Neste artigo, apresentamos algumas das principais tendências e promessas tecnológicas na saúde para 2024, com base em fontes especializadas.

    • Automação e inteligência artificial (IA): A automação e a IA podem auxiliar na otimização dos fluxos de trabalho, na redução da carga administrativa e na tomada de decisão clínica. Por exemplo, a IA pode ser usada para automatizar etapas do diagnóstico por imagem, para gerar reconstruções 3D do coração, para analisar riscos e dados preditivos, para documentar e resumir consultas, entre outras aplicações123.
    • Colaboração virtual e telemedicina: A colaboração virtual e a telemedicina podem facilitar o acesso e a continuidade dos cuidados, especialmente em áreas remotas e rurais, onde há escassez de pessoal e de especialistas. Por meio de plataformas digitais, é possível realizar consultas, monitoramento, orientação, educação e até cirurgias à distância, com o apoio de dispositivos móveis, wearables e robôs124.
    • Interoperabilidade e integração de dados: A interoperabilidade e a integração de dados são essenciais para melhorar o monitoramento e a coordenação dos cuidados, bem como para gerar conhecimento e evidências. A utilização de prontuários eletrônicos, de soluções paperless, de sistemas de gestão e de análise de dados, de aplicativos de geolocalização, entre outras ferramentas, permite o compartilhamento seguro e ágil de informações entre os diferentes atores do sistema de saúde256.
    • Inovação aberta e cooperação tecnológica: A inovação aberta e a cooperação tecnológica são estratégias para acelerar o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias na saúde, por meio da colaboração entre diferentes agentes, como universidades, empresas, startups, governo e sociedade. Essas iniciativas podem contribuir para a geração de soluções customizadas, que atendam às necessidades locais, e para a difusão de conhecimento e de boas práticas45.
    • Sustentabilidade e responsabilidade social: A sustentabilidade e a responsabilidade social são valores que devem orientar o uso das tecnologias na saúde, visando à melhoria da qualidade de vida das pessoas e do planeta. Nesse sentido, é importante considerar os aspectos éticos, legais e sociais envolvidos na inovação tecnológica, bem como os seus impactos ambientais, econômicos e sanitários. Além disso, é fundamental promover a equidade e a inclusão na saúde, garantindo o acesso e a participação de todos os grupos sociais136.

    Conclusão

    As promessas tecnológicas na saúde em 2024 são muitas e variadas, mas também trazem desafios e oportunidades para o setor. É preciso estar atento às tendências e às demandas do mercado, bem como às necessidades e às expectativas dos usuários. A tecnologia deve ser vista como um meio e não como um fim, e deve estar a serviço da saúde e do bem-estar das pessoas.

  • O uso de um grande modelo de linguagem (LLM) melhora o desempenho do raciocínio diagnóstico de médicos em comparação com recursos convencionais?

    novembro 19th, 2024

    A batalha quem é o melhor não acaba nunca. Médicos ou máquinas? Mas será, realmente que precisamos competir? Será mesmo que essa disputa tem sentido? Sim e não.

    Sim, porque só podemos dizer que algo é melhor que outro numa comparação e na Medicina, os médicos são os melhores. E, tecnólogos em saúde desejam ter ferramentas precisas e altamente acuradas. Quem melhor para ser o “grupo controle” de estudos senão os médicos?

    Em mais um artigo publicado(1), foi comparado o desempenho de médicos no diagnóstico clínico utilizando LLM(ChatGPT), com um grupo que utilizou apenas as plataformas médicas(UpToDate), e adivinhem quem se saiu melhor?

    O objetivo do estudo publicado no JAMA recentemente comparou dois grupos de médicos de família, emergencistas e medicina interna com o acesso a conteúdos de maneira tradicional com outro grupo usando ChatGPT. Nessa análise, não houve diferenças estatísticas significativas, mas, sempre tem um mas, quando esses grupos foram comparados com o raciocínio exclusivo do ChatGPT, esse superou seu “colegas humanos”.

    Todas as análises seguiram o padrão: diagnóstico e tratamento. Além disso, foram analisados fatores de risco e tempo necessário para realização de todo o processo.

    Embora ainda seja muito precoce trazermos para a realidade das consultas médicas o uso de LLMs, esse processo já ocorre. Outro estudo(2), na ICT&health confirma que mesmo os médicos tendo ciência que o ChatGPT da OpenAI não é uma ferramenta médica regulamentada, eles a usam mesmo assim. Mais de 50% deles confirmaram o uso na pesquisa.

    Muitos casos estão aparecendo de familiares, pessoas leigas à medicina que utilizaram o ChatGPT para ajudá-los nos diagnósticos ou tratamento de familiares com sucesso. Muitas vezes, nem mesmo médicos chegaram ao diagnóstico. Muitos são os casos de insucesso e possibilidade de prejuízo à saúde de pessoas em desespero.

    Chegará o momento em que teremos grande modelos de linguagem com precisão e autorização para condutas médicas, mas antes disso ainda precisamos ensinar médicos e estudantes a Medicina, como realizar uma boa anamnese para que consigam chegar nas hipóteses diagnósticas e, finalmente, no diagnóstico.

    Somente após isso, haverá a necessidade de ensinarmos os profissionais da saúde como usar um chat de Inteligência Artificial(IA) médico no auxílio para diagnósticos clínicos. Ensinar que é uma ferramenta e que a boa medicina humana não pode ser relativizada ou enfraquecida.

    Portanto, cada vez mais notamos que o cérebro humano tem suas limitações e que para elas, estão surgindo diversas ferramentas de IA que complementarão nossas capacidades técnicas e melhorarão, não só a qualidade no diagnóstico e tratamento médicos, mas também humanizarão a consulta e relação com nossos pacientes.

    1. https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2825395

    2. https://ictandhealth.com/news/can-doctors-trust-chatgpt-no-but-they-use-it-anyway#:~:text=It%20can%20be%20done%2C%20but,the%20event%20of%20an%20error.

  • Cirurgiões, os novos pilotos?

    setembro 25th, 2024

    Já é chegada a hora em que cirurgiões precisam ser treinados como pilotos de avião.

    Imagine-se entrando num avião no qual o piloto nunca treinou vôos em simuladores realísticos em solo e não colocando a vida de ninguém em risco. Você toparia? Creio que não.

    E você, gostaria de ter como cirurgião, um médico, com formação prática aquém da possibilidade e ele estar no “comando” de sua cirurgia? Também creio que não.

    Um estudo da Universidade de Michigan descobriu que cerca de 30% do cirurgiões recém formados não tinham habilidades necessárias para realizar cirurgias sozinhos, mesmo após a residência médica.

    Com a abertura desenfreada de novas faculdades de Medicina no país e programas de residência médica com qualificações questionáveis, a preocupação com a formação dos cirurgiões deve ser ainda maior. A disparidade parece ser grande. Em serviços de ponta, médicos residentes realizam o número de cirurgia preconizado pelo MEC para que saiam com uma formação adequada. Já em outros, a formação pode não ser completa.

    A partir desse cenário, podemos “tomar” dos programas e faculdades de formação de pilotos de avião a experiência já aprendida e transportar para a Medicina, no caso, para a cirugia.

    Todo o piloto, para chegar o momento de pilotar um avião, precisa de horas num simulador, passar por testes e, somente após, sentar em frente ao manche de um avião. Como co-piloto.

    A proposta de vários autores é criar um programa de treinamento para jovens residentes em cirurgia utilizando a realidade aumentada(AR) e a realidade virtual(VR) durante seus anos de formação.

    A VR, por definição, é o uso de tecnologia computacional para criar um ambiente simulado, colocando o usuário imerso numa experiência. Essas plataformas abordam diretamente lacunas de habilidades, fornecendo treinamento prático e imersivo que simula de perto o ambiente de uma sala de cirurgia. Além disso, essas plataformas de realidade virtual oferecem treinamento portátil e sob demanda que pode ser usado a qualquer hora e em qualquer lugar.

    O uso desses simuladores cirúrgicos pode, além de melhorar a prática cirúrgica, monitorar e apresentar relatórios do desempenho e apontar detalhes que devem ser aperfeiçoados. Isso vai muito além do que um médico preceptor pode contribuir.

    O professor Robert Watcher, em seu livro The Digital Doctor, passou um dia inteiro no centro da Boeing, em Seattle, utilizando o simulador da empresa para entender como a simulação funciona e ainda como replicar seus aprendizados na Medicina.

    Sabemos que a formação médica está muito atrás das inovações tecnológicas. Elas e os novos dispositivos médicos vêm para melhorar qualidade no atendimento em saúde e para salvar vidas.

    Outro recente estudo em procedimentos ortopédicos realizado pela UCLA comprovou a eficiência do treinamento em VR com o uso da plataforma Osso VR.  O grupo treinado com VR em relação ao grupo treinado tradicionalmente teve uma melhoria geral de 230% na pontuação total. Os participantes treinados em VR concluíram o procedimento em média 20% mais rápido do que o grupo treinado tradicionalmente. Eles também concluíram 38% mais etapas corretamente na lista de verificação específica do procedimento.

    Claro, novos estudos estão em andamento e precisam replicar esses resultados. Claro, são tecnologias caras e a mudança de paradigma não será facilmente aceitada, como tudo na Medicina, mas a segurança nas cirurgias e a vida humana devem ser prioridades e tem um custo muito mais elevado.

    Portanto, o cenário cirúrgico em rápida evolução atualmente exige novas maneiras de fornecer acesso à educação cirúrgica experimental. Além disso, devemos formalizar nossa abordagem de avaliação técnica para medir de forma mais objetiva as capacidades dos cirurgiões, garantindo um nível consistente de qualidade e um conjunto de habilidades padronizado de nossa força de trabalho cirúrgica.

  • Hiper-Personalização em Saúde: O Poder da Inteligência Artificial

    julho 9th, 2024

    🎯 Transformando a Saúde com IA: Uma Nova Era de Cuidados Personalizados

    💡 O Poder da Hiper-Personalização
    A IA, através da hiper-personalização, pode oferecer intervenções precisas e em tempo real, desde lembretes de medicação até sugestões de alimentação e exercícios, adaptadas ao estilo de vida e preferências individuais.

    Um impressionante número: 129 milhões de americanos tem pelo menos uma doença crônica grave — e 90% dos US$ 4,1 trilhões anuais de gastos em saúde são destinados ao tratamento dessas condições físicas e de saúde mental. Após alguns anos de queda na expectativa de vida dos norte-americanos, em 2022 ela voltou a crescer. Embora não tenha retornado aos maiores patamares históricos.

    📲 Recomendações personalizadas
    A maioria das recomendações de saúde atualmente, embora importantes, são genéricas: seu smartphone pode enviar um lembrete automatizado de saúde como: aviso para tomar vacina contra a gripe ou realizar sua mamografia. Seu smartwatch pode alertá-lo para respirar ou se levantar. O coach de saúde de IA tornará possível recomendações muito precisas adaptadas para cada pessoa.

    Isso teria um impacto não apenas na nossa saúde física, mas também na nossa saúde mental e emocional. Quando estamos esgotados e estressados, somos mais propensos a escolher opções como rolar sem parar nas redes sociais ou comer emocionalmente, o que pode nos dar um rápido pico de dopamina, mas não nos tornarão saudáveis ou felizes a longo prazo

    🔍 Parcerias Estratégicas
    Parcerias como a entre OpenAI e Color Health estão utilizando IA para auxiliar médicos em diagnósticos e planos de tratamento. Além disso, o Thrive AI Health visa criar coaches de saúde personalizados, promovendo hábitos mais saudáveis e acessíveis. Através de um aplicativo que será treinado com base na melhor ciência revisada por pares e também será treinado com base nos dados biométricos pessoais, laboratoriais e outros dados médicos. Ele aprenderá suas preferências e padrões nos cinco comportamentos primordiais de saúde: sono de qualidade; alimentos você ama e não ama; como e quando você é mais propenso a caminhar, se mover e alongar; e as maneiras mais eficazes de reduzir o estresse

    🌐 Acessibilidade e Equidade
    A IA democratiza os benefícios dos cuidados de saúde, tornando as mudanças de comportamento mais fáceis e acessíveis para todos, especialmente para populações desfavorecidas que sofrem mais com doenças crônicas.

    🚀 O Futuro da Saúde
    Com o suporte de políticas públicas adequadas e a integração cuidadosa da IA nas práticas médicas, podemos transformar o sistema de saúde, proporcionando bem-estar e longevidade para milhões de pessoas.

    Vamos juntos aproveitar essa revolução tecnológica para uma saúde melhor e mais inclusiva!

    IA #Saúde #Medicina #Tecnologia #Inovação #CuidadosPersonalizados #ThriveAIHealrh #OpenAI #BemEstar

    https://time.com/6994739/ai-behavior-change-health-care/

  • A IA é a nova especialista da Medicina?

    março 27th, 2024

    Desde os primórdios da Medicina, a troca de informações, as orientações, enfim, a consulta médica era papel exclusivo do especialista, o médico. Dos atendimentos em hospitais à telemedicina, a voz era do especialista.

    Com a implementação das tecnologias na saúde e o avanço delas na ajuda nas tomadas de decisões, o médico estaria perdendo espaço para a Inteligência Artificial(IA), por exemplo?

    Com o desenvolvimento de modelos de IA e linguagem(LLM) cada vez mais sofisticados, está se tornando cada vez mais claro que o conjunto de habilidades cognitivas de muitos (se não a maioria) dos médicos está sendo superado pela tecnologia. Isso levanta a questão: o que significa ser um especialista em medicina hoje? Como os médicos podem se adaptar a essa nova realidade para otimizar o atendimento?

    Acima, um modelo de linguagem chamado Truveta, que usa dados não identificados para ser treinado suplantando ou pelo menos equiparando sua eficácia aos conhecimento médico.

    No último #SouthSummit, em um debate, ficou claro que cerca de 1/3 dos dados produzidos no mundo tem origem na saúde e é humanamente impossível um médico conseguir ler e aprender com a mesma velocidade que os dados são gerados.

    Não, as máquinas não substituirão os médicos(pelo menos não por enquanto). Está na hora de nós profissionais da saúde “abrirmos nossas cabeças” e nos prepararmos para uma Medicina Híbrida? Como nossas vidas já são?

    O aumento exponencial da capacidade computacional está chegando num momento em que está ultrapassando a capacidade humana de compreensão e análise dos dados(exames, interações medicamentosas, etc) a um nível que provavelmente não haverá Medicina de qualidade sem o uso de suporte tecnológico.

    “A Inteligência Artificial fará o médico mais humano”, Eric Topol. O cardiologista americano acredita que com a grande demanda burocrática na Medicina, associada aos LLMs fará o médico estar “mais presente” na consulta médica, anotando todas as informações e liberando o médico da obrigação de passar mais tempo da consulta com formulários do que com pacientes.

    A crescente capacidade e valor das IA e LLMs são inegáveis. A capacidade de analisar grandes quantidades de dados e desenvolver uma compreensão de conceitos complexos, da medicina aos negócios, a IA impôs uma “trajectória de mudança” que afetará quase todos os aspectos de nossas vidas.

    Cabe a cada um de nós estarmos preparados para essa nova Medicina.

    Claro que temos que superar impasses de vieses nos treinamentos dos algoritmos de IA. Precisamos conhecer base de dados de treinamentos para que saibamos que tipo de informação está nos auxiliando. E, ainda, há a necessidade da criação de comitês de regulação e vigilância sobre a integridade controle dos dados pessoais e o uso que será feito de nossos dados. Lembrando: “quando não pagamos por um serviço(digital especialmente), podemos ser o produto”. E nossos dados a moeda. Vide mídias sociais.

  • Tendências na saúde para 2024!

    março 26th, 2024

    Início de ano sempre criamos nossas proposições para o ano vindouro. Na saúde, não é diferente. E eu, como entusiasta na saúde, não deixo de ler todas(as que consigo).

    Para a @Deloitte, as tendências que virão para a saúde de 2024 são mais amplas do que simplesmente citar essa ou outra tecnologia.

    Vamos a algumas delas:

    1. A IA generativa poderia impulsionar a transformação digital: a tão prospectada transformação digital poderia ter como aliado a IA generativa e seus #LLMs como aliado. Os modelos de linguagem trariam como benefício a automação de tarefas burocráticas, como formulários, diminuindo #burnoutmédico. Além disso, contribuiriam para diagnósticos precoces, especialmente de doenças raras.

    Para as organizações, a atualização na infraestrutura tecnológica e a estrutura de dados e fluxos de trabalho operacionais seriam necessários;

    2. “Estruturas de tecnologia confiáveis” podem avançar com a adoção da IA: A inteligência artificial tem o potencial de afetar o atendimento ao paciente, segurança e #equidade em saúde. Para isso, critérios éticos e legais devem ser rígidos.

    3. Usuários assumirão o papel principal na gestão de sua saúde: através de decisões baseadas em dados e sob posse dos dados de saúde, os usuários dos sistemas de saúde(nós) conseguirão ser guias da qualidade de suas vidas. Gestoras utilizarão dados como dieta e atividade física, por exemplo, para personalizar planos de saúde e gerir melhor suas carteiras de usuários.

    4. Grandes avanços nas ciências de dados continuarão a surgir: a IA continuará otimizando na saúde: descoberta de novas drogas, tratamentos personalizados serão cada vez mais comuns, através da extração e a relação da saúde com dados(genética, estilo de vida) a IA terá papel fundamental em 2024.

    Para você, elas fazem sentido? Como você enxerga essas tendências no ambiente de saúde brasileiro?

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