A IA é a nova especialista da Medicina?

Desde os primórdios da Medicina, a troca de informações, as orientações, enfim, a consulta médica era papel exclusivo do especialista, o médico. Dos atendimentos em hospitais à telemedicina, a voz era do especialista.

Com a implementação das tecnologias na saúde e o avanço delas na ajuda nas tomadas de decisões, o médico estaria perdendo espaço para a Inteligência Artificial(IA), por exemplo?

Com o desenvolvimento de modelos de IA e linguagem(LLM) cada vez mais sofisticados, está se tornando cada vez mais claro que o conjunto de habilidades cognitivas de muitos (se não a maioria) dos médicos está sendo superado pela tecnologia. Isso levanta a questão: o que significa ser um especialista em medicina hoje? Como os médicos podem se adaptar a essa nova realidade para otimizar o atendimento?

Acima, um modelo de linguagem chamado Truveta, que usa dados não identificados para ser treinado suplantando ou pelo menos equiparando sua eficácia aos conhecimento médico.

No último #SouthSummit, em um debate, ficou claro que cerca de 1/3 dos dados produzidos no mundo tem origem na saúde e é humanamente impossível um médico conseguir ler e aprender com a mesma velocidade que os dados são gerados.

Não, as máquinas não substituirão os médicos(pelo menos não por enquanto). Está na hora de nós profissionais da saúde “abrirmos nossas cabeças” e nos prepararmos para uma Medicina Híbrida? Como nossas vidas já são?

O aumento exponencial da capacidade computacional está chegando num momento em que está ultrapassando a capacidade humana de compreensão e análise dos dados(exames, interações medicamentosas, etc) a um nível que provavelmente não haverá Medicina de qualidade sem o uso de suporte tecnológico.

“A Inteligência Artificial fará o médico mais humano”, Eric Topol. O cardiologista americano acredita que com a grande demanda burocrática na Medicina, associada aos LLMs fará o médico estar “mais presente” na consulta médica, anotando todas as informações e liberando o médico da obrigação de passar mais tempo da consulta com formulários do que com pacientes.

A crescente capacidade e valor das IA e LLMs são inegáveis. A capacidade de analisar grandes quantidades de dados e desenvolver uma compreensão de conceitos complexos, da medicina aos negócios, a IA impôs uma “trajectória de mudança” que afetará quase todos os aspectos de nossas vidas.

Cabe a cada um de nós estarmos preparados para essa nova Medicina.

Claro que temos que superar impasses de vieses nos treinamentos dos algoritmos de IA. Precisamos conhecer base de dados de treinamentos para que saibamos que tipo de informação está nos auxiliando. E, ainda, há a necessidade da criação de comitês de regulação e vigilância sobre a integridade controle dos dados pessoais e o uso que será feito de nossos dados. Lembrando: “quando não pagamos por um serviço(digital especialmente), podemos ser o produto”. E nossos dados a moeda. Vide mídias sociais.

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