O ano de 2023 será lembrado por muito tempo. A Inteligência Artificial (IA) mudou nosso olhar em praticamente todas as áreas. Na medicina, não foi diferente. Em recente publicação, IA em associação a smartwatches foi mais precisa no diagnóstico de depressão que médicos.
Sabe-se que 20% dos norteamericanos tiveram diagnóstico de depressão pelo menos uma vez em suas vidas. No mundo, cerca de 300 milhões de pessoas estão em tratamento para depressão atualmente. Números tão alarmantes que a Organização Mundial da Saúde declarou a depressão como a causa principal de depreciação na saúde mundial.
O diagnóstico de depressão é tão difícil que médicos generalistas detectam-na em cerca de 50% dos casos apenas. Por quê? Simplesmente por que não há um método de imagem ou exame laboratorial para corroborar o diagnóstico.
E, para aqueles corretamente diagnosticados, as opções terapêuticas são variadas: medicamentos, psicoterapia e, inclusive, mudanças no estilo de vida. E, embora bem tratadas, as respostas são as mais variadas possíveis e fica difícil estabelecer metas de tratamentos.
Nesse recente estudo, wearables foram utilizados para pesquisar suas capacidades em predizer e diagnosticar depressão. Os smartwatches são especificamente úteis por fornecerem dados como frequência cardíaca, contagem de passos, taxa metabólica, dados sobre sono e interação social.
Nessa revisão sistemática, foram incluídos 54 artigos e concluiu que a IA pode detectar pacientes com e sem depressão num percentual entre 70 a 89%. O desempenho em detectar e predizer depressão foi melhor do que predizer respostas ao tratamento.
O uso de IA e smartwatches ainda está no começo e não deve, sobremaneira, substituir tratamento médico, mas abre portas para se tornar mais uma ferramenta no arsenal médico em prol da saúde mental de seus pacientes.